"Meus olhos não se prendem ao óbvio e ao explícito. Passo por cima das evidências impassivelmente para buscar o que me interessa: o que há por baixo, o que há por dentro, o que está por trás. Enquanto vou caminhando, não me distraio. Uma certeza me move - só há vida no que borbulha, no que lateja, ali, naquele limite tênue entre o natural e o indizível, só ali eu me sacio. Enquanto não me sinto perto do absoluto, nada me satisfaz. Quanto mais consumo, mais desejo, e minha avidez por aquilo que move as criaturas me leva ao ponto onde chegamos todos: a degeneração, a extinção, a morte. É nela que me contemplo e me justifico. Todo o sentido da minha existência se resume neste salto - das cinzas, renasço, transmutado. E faminto, em um novo patamar. Não sinto culpa na minha busca por poder. Minha objetividade pode beirar a fronteira do implacável, mas não me abalo. Venho para mexer naquilo que aos outros apavora e excita - o dinheiro, o sexo e a morte. A sobrevivência, a transcendência, a ressurreição. Tenho a perfeita noção que a mesma energia que cria, aniquila. É ela que me mobiliza."
domingo, 25 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Uau!
Postar um comentário